(UniSALESIANO, Araçatuba) – A 6ª edição do projeto “VAMS” (Voluntariado Acadêmico Missionário Salesiano), reuniu, na edição deste ano, nada menos do que 50 participantes, o maior número registrado até o momento desde o início do projeto, em 2017. O grupo conta com acadêmicos, docentes, coordenadores e agentes de pastoral do UniSALESIANO. Eles partiram de Araçatuba em direção ao Mato Grosso na noite de 27 de junho e retornaram na manhã de 8 de julho. Durante esse período, os voluntários visitaram as aldeias indígenas de Meruri, do povo Bororo, e São Marcos, do povo Xavante.
Atividades Desenvolvidas pelos Cursos Universitários
Os cursos universitários desempenharam papéis essenciais nas atividades realizadas nas aldeias. Acadêmicos de Educação Física avaliaram o nível de atividade física e sedentarismo, enquanto alunos de Biomedicina investigaram o acesso a exames laboratoriais relacionados a infecções parasitárias do trato gastrointestinal.
Estudantes do Curso de Direito conduziram uma análise detalhada sobre habilitação para casamento e os efeitos matrimoniais, enfocando conceitos, tradições e requisitos culturais. Acadêmicos de Enfermagem coletaram dados sobre o esquema vacinal de crianças indígenas de zero a nove anos, conforme registros da Unidade Básica de Saúde.
O curso de Fisioterapia realizou a análise de indivíduos deficientes físicos, coletando dados sobre idade, sexo, comprometimento motor e auxílio de locomoção. Já os alunos de Nutrição coletaram dados de massa corporal e estatura para classificar o estado nutricional através do Índice de Massa Corporal (IMC).
Estudantes de Psicologia realizaram oficinas lúdicas para analisar comportamentos, enquanto os alunos de Publicidade e Propaganda mapearam hábitos de mídia das comunidades, avaliando a interação com meios de comunicação tradicionais e digitais.
Acadêmicos de Medicina se dividiram em três grupos para desenvolver projetos sobre o perfil epidemiológico dos pacientes, hábitos alimentares, convívio com animais, uso de tabaco e avaliação dos instrumentos de saúde utilizados pelas equipes locais.
Depoimentos dos Participantes
O Pró-Reitor de Pastoral do UniSALESIANO, P. Paulo Jácomo, SDB, destacou a importância das atividades realizadas, ressaltando que “a maior parte dos dados anteriormente foi coletada pelos salesianos, mas agora a universidade está assumindo um papel crucial no desenvolvimento e expansão desse trabalho”. Ele também observou que as comunidades se mostraram abertas aos projetos, participando ativamente das atividades.
P. Paulo afirmou também que esses dados serão utilizados pelos voluntários nos próximos anos, contribuindo para a continuidade e aprofundamento das ações acadêmicas e comunitárias. De acordo com ele, “a integração e familiaridade construídas ao longo do tempo refletem um avanço significativo, consolidando o VAMS como um exemplo de como a educação pode se traduzir em ações concretas de impacto social”.
O Pró-Reitor de Ensino, Pesquisa e Pós-Graduação, Prof. André Ornellas, destacou a importância dessa experiência para a formação integral dos acadêmicos. “O VAMS promove um crescimento pessoal e profissional significativo para nossos alunos e as atividades realizadas nas comunidades indígenas geram dados valiosos, contribuindo para o avanço acadêmico e social”, declarou.
O Reitor do UniSALESIANO, P. Paulo Fernando Vendrame, SDB, descreveu o VAMS como um projeto transformador para os participantes e para as comunidades indígenas. Ele enfatizou a importância da união entre os aspectos acadêmico e salesiano nessa ação voluntária.
Experiências Pessoais dos Participantes
Paulo Eduardo Leite, estudante de Medicina, relatou que “a participação no projeto VAMS foi uma experiência profundamente marcante e transformadora”. Ele destacou a convivência com as comunidades indígenas e o impacto espiritual da missão. “Voltei dessa missão com a fé renovada e uma vontade ainda maior de ajudar as crianças da comunidade. A experiência me proporcionou um novo olhar para as coisas simples da vida.”
Luis Henrique Bernardes Panza, acadêmico de Educação Física, afirmou que a experiência mudou sua perspectiva sobre a vida cotidiana, proporcionando-lhe paciência e um novo olhar para as coisas simples da vida. “Para mim, essa experiência me deu mais paciência e um novo olhar sobre as coisas simples da vida.”
André Jokura, docente de Educação Física, considerou a experiência extraordinária em diversas dimensões, ressaltando a integração social, cultural, acadêmica, espiritual e humana proporcionada pelo projeto. “Culturalmente, foi fascinante aprender como os povos Boe-Bororos e Xavantes mantêm suas ancestralidades enquanto enfrentam intervenções externas.”
Victor Teodoro Goulart Junqueira, estudante do Curso de Enfermagem, descreveu como a missão lhe permitiu ressignificar sua vida e seus valores, destacando o impacto emocional e espiritual da interação com as comunidades indígenas. “Uma das cenas que mais impactou meu coração foi a visita a uma casa indígena onde um ente querido havia falecido. A energia que transmitia tocou profundamente meu coração, levando-me a refletir intensamente sobre morte e vida”, avaliou.
Com informações: Assessoria UniSALESIANO